Zelensky em Bruxelas para discutir "armas, adesão à UE e plano ...

Ajuda à Ucrânia ascende aos "67 mil milhões de euros", refere projeto de conclusões da cimeira.
O presidente ucraniano participa esta quinta-feira na reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas. O encontro tem como um papel eminentemente simbólico, mas também tem prevista a discussão de temas concretos.
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De acordo com fontes diplomáticas na agenda da reunião estão previstas discussões sobre o envio de armamento para a Ucrânia, assim como o dossier do alargamento, sobre o processo de adesão à União Europeia. Em cima da mesa estará também o plano de dez alíneas, apresentado por Volodymyr Zelensky como proposta para a paz.
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Esta será "principalmente" uma oportunidade para os 27 "reafirmarem o apoio à Ucrânia, em todas as suas dimensões". O encontro servirá também para os líderes europeus conhecerem formalmente os resultados da cimeira que ocorreu há menos de uma semana, em Kiev, com os representantes institucionais da União Europeia, comentou uma fonte europeia com a TSF.
Nos corredores diplomáticos em Bruxelas, admite-se que poderá "não haver novidades" ou novos anúncios de apoio a Kiev, embora, a visita seja vista como algo "absolutamente natural" sabendo-se que a União Europeia é "um dos seus maiores doadores".
FecharSubscrever newsletterDe acordo com o projeto de conclusões da cimeira, a soma de toda a ajuda à Ucrânia ascende aos "67 mil milhões de euros", divididos em apoios financeiros, ajuda humanitária e financiamento de todo funcionamento institucional ao longo de 2023, assim como a ajuda entregue em material de guerra.
Dentro dos temas em discussão será abordada a responsabilização da Rússia pela agressão à Ucrânia, assim como a questão da reconstrução no pós-guerra. Bruxelas tem expressado "empenho" em fazer Vladimir Putin "pagar pelas ações praticadas na Ucrânia".
As afirmações são da própria presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, que defende a criação de um centro dedicado a recolher, e analisar todas as informações disponíveis, relacionadas com crimes de guerra. O centro funcionará em Haia, sede do tribunal penal internacional.
No âmbito do alargamento, também não se esperam novos anúncios, sabendo-se que do lado ucraniano há a expectativa para uma adesão rápida, a apesar clivagens dentro do próprio Conselho Europeu.
O chefe do governo português, António Costa admite que "para que esses alargamentos sejam bem-sucedidos, é fundamental que a UE não ignore a necessidade de se reformar previamente".
"Para além de a Ucrânia ter de cumprir os critérios de adesão, é sobretudo a União Europeia que tem de se interrogar sobre a necessidade de fazer as reformas institucionais e orçamentais para que tenha capacidade de as expectativas que criou não se traduzirem numa frustração", vincou António Costa no debate parlamentar em que preparou a Cimeira desta quinta-feira.
A cimeira tem início marcado para as 09h00 (10h00 em Bruxelas). De acordo com um esboço da coreografia da cimeira, consultado pela TSF, Volodymyr Zelensky deverá juntar-se aos líderes europeus meia hora depois. A cimeira será interrompida a meio da manhã, estando prevista a realização de encontros bilaterais ou em formatos mais alargados. Os trabalhos serão retomados ao início da tarde.
Outros temas
Ainda durante a cimeira, mas já sem a participação de Volodymyr Zelensky, os líderes europeus vão discutir a resposta europeia para combater a inflação.
"À medida que os mercados globais se tornam mais competitivos, precisamos garantir que estejamos à frente da curva na transição digital e verde", defendeu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel na carta convite, com que habitualmente comunica, aos chefes de Estado ou de governo, os tópicos da reunião do Conselho Europeu.
"Queremos permanecer líderes em inovação e na implantação de tecnologias net-zero, por exemplo, e estamos determinados a promover a nossa soberania estratégica", declarou.
Sobre o plano que a Comissão Europeia apresentou a 1 de fevereiro, para a revitalização da indústria europeia, a discussão deverá servir apenas como "base para o trabalho futuro", admitiu o próprio presidente do Conselho Europeu, esperando voltar ao tema "nas reuniões de Março e de Junho.
Em cima da mesa estará também "a situação migratória", numa altura em que a União Europeia, afirma Charles Michel, está "confrontada com o aumento do número de travessias irregulares das fronteiras na maioria das rotas". Por isso, defende, "é preciso encontrar uma solução sustentável, responsável e humana" a nível europeu
"Proponho que nos concentremos em particular na dimensão externa das migrações, reforçando a nossa ação externa, melhorando os retornos e readmissões, controlando melhor as nossas fronteiras externas e combatendo o tráfico e o contrabando", defende Charles Michel.