Volodymyr Zelensky elogia "três anos de resistência ucraniana" à ...

"Três anos de resistência. Três anos de gratidão. Três anos de absoluto heroísmo dos ucranianos", escreveu Volodymyr Zelensky numa mensagem nas redes sociais, agradecendo "a todos aqueles que defendem e apoiam" a Ucrânia.
The third anniversary of the beginning of the full-scale Russian invasion. Three years of absolute heroism by our people.
Eternal memory to all who stood up in defense of our state and our people, giving their lives so that Ukraine may live.
Eternal gratitude to the fallen… pic.twitter.com/YthE9Jjskt
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) February 24, 2025
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, chegaram de comboio a Kiev na manhã desta segunda-feira para uma cimeira que, segundo Zelensky, reunirá 13 líderes, além de outros 24 por videoconferência.
Von der Leyen chegou acompanhada também por 24 dos seus 27 comissários e foi recebida na estação pelo chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andriy Sibiga.On the 3rd anniversary of Russia’s brutal invasion, Europe is in Kyiv.
We are in Kyiv today, because Ukraine is Europe.
In this fight for survival, it is not only the destiny of Ukraine that is at stake.
It’s Europe’s destiny. pic.twitter.com/s0IaC5WYh6
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) February 24, 2025
Numa mensagem publicada na página oficial da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa “condena inequivocamente a guerra injusta e ilegal da Rússia, perpetrada em violação flagrante da integridade territorial e soberania da Ucrânia” e reitera o apoio de Portugal à Ucrânia, “pelo tempo que for necessário, e continua ao seu lado no caminho para a adesão à União Europeia e nas aspirações de pertença à NATO".
O primeiro-ministro, por sua vez, saudou o povo ucraniano e garantiu que Portugal continuará ao lado de Kiev “na procurada de uma paz justa, inclusiva e duradoura”. “É tempo de pôr fim a esta flagrante violação dos valores da democracia e do direito internacional”, escreveu Luís Montenegro na rede social X.
"Portugal esteve desde a primeira hora ao lado da Ucrânia no exercício do seu legítimo direito à autodefesa, e continuará ao seu lado na procura de uma paz justa, inclusiva e duradoura", garante o primeiro-ministro.Mais ajuda para a Ucrânia e mais sanções para a RússiaFalando na Cimeira Internacional de Apoio, em Kiev, Von der Leyen anunciou um novo pagamento à Ucrânia de 3,5 mil milhões de euros em março, quando o bloco comunitário já mobilizou 134 mil milhões de euros.No 3° aniversário da agressão da Rússia contra a Ucrânia, saúdo o povo ucraniano pela sua bravura na defesa da liberdade, soberania e integridade territorial. É tempo de pôr fim a esta flagrante violação dos valores da democracia e do direito internacional. Portugal esteve desde…
— Luís Montenegro (@LMontenegropm) February 24, 2025
"A Europa está aqui para reforçar a Ucrânia neste momento crítico. Posso anunciar que um novo pagamento de 3,5 mil milhões de euros para a Ucrânia chegará já em março", anunciou a presidente da Comissão Europeia, prometendo ainda a entrega imediata de mais armas e munições.

António Costa, por sua vez, anunciou uma cimeira extraordinária, que irá decorrer a 6 de março em Bruxelas, dedicada à defesa europeia. A propósito desta cimeira, Ursula von der Leyen disse ainda que apresentará "um plano abrangente sobre a forma de aumentar as nossas capacidades europeias de produção de armas e de defesa", um Livro Branco sobre o setor, que deverá ser anunciado em meados do próximo mês.
Num discurso na cimeira desta segunda-feira, António Costa garantiu que “a Europa está disposta a fazer tudo para garantir a segurança do continente europeu e da Ucrânia”.

Para além do novo pacote de ajuda para Kiev, a UE também impôs esta segunda-feira uma 16ª ronda de sanções contra a Rússia.
Há três anos que a Rússia bombardeia implacavelmente a Ucrânia, na esperança de tomar terras que não lhe pertencem", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da UE, Kaja Kallas, em comunicado.
"Não há dúvidas sobre quem é o agressor, quem deve pagar e ser responsabilizado por esta guerra e cada pacote de sanções priva o Kremlin [regime russo] de fundos para fazer a guerra. Com as conversações em curso para pôr termo à agressão da Rússia, temos de colocar a Ucrânia na posição mais forte possível, [pelo que] as sanções proporcionam uma vantagem", adianta a responsável.Estas novas sanções, adotadas formalmente pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, têm como alvo específico 73 novos petroleiros "fantasmas", utilizados pela Rússia para contornar as sanções já existentes destinadas a limitar as exportações de petróleo russo.

"Penso que é importante que tenhamos o máximo de interação possível com o novo Governo norte-americano", disse Kallas, referindo-se à visita desta segunda-feira do presidente francês, Emmanuel Macron, a Washington onde vai reunir-se com o presidente norte-americano num diálogo que se centrará na guerra na Ucrânia.A mudança de posição de Washington Este terceiro aniversário da invasão russa acontece na fase mais incerta e preocupante para a Ucrânia, com uma mudança radical de posição da parte dos EUA após a tomada de posse de Donald Trump, que apresenta uma postura destoante em relação ao seu antecessor, Joe Biden.
Com Donald Trump na Casa Branca, a ajuda crucial dos EUA à Ucrânia está em risco, ao mesmo tempo que os EUA se aproximam cada vez mais de Moscovo, o que tem feito soar os alarmes dos aliados europeus.
A administração dos EUA considerou que "são irrealistas" os desígnios de Kiev de aderir à NATO e de recuperar o território ocupado pela Rússia desde 24 de fevereiro de 2022, nomeadamente a partes das províncias de Donetsk e de Lugansk e a península da Crimeia (ocupada desde 2014).
Em simultâneo, Washington e Moscovo avançaram com reuniões preliminares para esboçar um cessar-fogo e um acordo de paz, que foi amplamente criticado pela União Europeia e pela Ucrânia, por excluir o país invadido e os países daquele continente.
A somar a tudo isto, Zelensky e Trump têm protagonizado, nos últimos dias, uma intensa troca de críticas. Na semana passada, o presidente dos EUA considerou que Volodymyr Zelensky era "um ditador" sem legitimidade democrática e acusou-o de começar a guerra e de fomentá-la, adotando a narrativa utilizada pelo Kremlin para justificar a invasão e destoando da postura da Casa Branca durante o Governo do democrata Joe Biden. Zelensky, por sua vez, acusou Trump de “viver numa bolha de desinformação” e afirmou, este domingo, estar disposto a deixar a presidência "imediatamente" em troca da integração da Ucrânia na NATO. "Se precisarem que eu deixe o meu lugar, estou pronto", explicou o presidente ucraniano, numa conferência de imprensa, em Kiev. "Posso trocar [a Presidência] pela [integração na] NATO".
A Rússia há muito que exige que a Ucrânia realize uma votação presidencial como parte de um acordo de paz. Mas a legislação ucraniana proíbe eleições durante a lei marcial, que está em vigor desde que a Rússia lançou sua invasão em fevereiro de 2022.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial.
Desde o início da invasão russa, estima-se que tenham morrido cerca de 12 mil civis, 650 dos quais são crianças. Por outro lado, milhares de estruturas foram destruídas.
Este é um conflito que se arrasta desde 2014, quando a Rússia invadiu a região ucraniana da Crimeia.
c/ agências