Com um olho no SNS, Sword Health reforça cobertura privada em ...
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Falhado o apoio ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a Sword Health anuncia um reforço da sua presença em Portugal ampliando a sua cobertura para mais de 90% do mercado dos seguros de saúde.
"A solução que está disponível no país é a Thrive, que é a mesma que tem dado provas" nos países onde a Sword tem conquistado mercado e interesse de forma muito rápida, frisa André Eiras, co-fundador e director-geral de expansão internacional da empresa, que desenvolveu uma plataforma de inteligência artificial para apoiar o tratamento de doenças musculo-esqueléticas.
A Sword é a mesma que, pela voz do seu criador, Virgílio Bento, se ofereceu para aplicar gratuitamente uma solução de inteligência artificial (IA) no apoio aos técnicos que atendem as chamadas para o INEM.
O forte da empresa é precisamente a IA, área em que tem investido desde que nasceu, na década passada. O resultado pode medir-se em 38 patentes, quase 40 artigos científicos publicados ou pela expansão de um negócio de saúde digital que, em linguagem simples, permite fazer fisioterapia em casa, com sessões assistidas à distância.
A oferta da Sword ao INEM esbarrou na impossibilidade de adicionar aquela tecnologia ao sistema de atendimento utilizado pela rede de chamadas de emergência. "Não é possível integrar a nossa solução no sistema de informação do INEM para as chamadas serem roteadas para o operador humano ou para a IA. O que encontrámos é assustador", justificou, em declarações ao Expresso, o fundador da empresa, que continua a investir muito do seu dinheiro em tecnologia e em expansão, financiando-se através de capital de risco.
A comissão de trabalhadores do INEM contestou as declarações de Bento, considerando-as alarmistas.
Agora, o próximo passo da Sword (que no Verão de 2024 fora avaliada em cerca de 3000 milhões de euros depois de angariar cerca de 340 milhões de euros em rondas de financiamento) é um passo comercial.
"Actualmente, mais de 3,8 milhões de portugueses já contam com um seguro de saúde privado", o que significa que também se tornou atractivo, apesar da sua reduzida dimensão quando comparado com outras regiões ou países onde esta empresa portuguesa está em forte ascensão.
A expansão portuguesa via Serviço Nacional de Saúde continua em cima da mesa. Uma experiência-piloto de cerca de seis meses feita com a Unidade Local de Saúde (ULS) de São João, no Porto, deu resultados promissores, a avaliar pela satisfação dos utentes que ali foram encaminhados para tratamento com a tecnologia da Sword. Mas também a avaliar pelo impacto positivo na redução dos tempos de espera e dos custos para o Hospital de São João, onde aquela ULS foi criada.
As ULS de Coimbra e de Cova da Beira podem ser as próximas, revela André Eiras, que lamenta no entanto os tempos longos da contratação pública. Porém, o objectivo é chegar ao final de 2025 com dez ULS com acesso a esta solução de saúde digital.
Em paralelo, anuncia que passa a estar disponível via seguradoras que cobrem 93% do mercado nacional de seguros de saúde privado, tendo disponibilizado uma forma de cada interessado verificar se está coberto ou não, através do seu próprio site.
A empresa tem interesse em acelerar e reforçar o negócio no seu país de origem, onde está a parte fundamental da sua operação (a sede fiscal está nos EUA), tal como tem acontecido além-fronteiras, como na Grã-Bretanha, onde já trabalha com o serviço público de saúde britânico, o NHS.
Ali adquiriu outra empresa tecnológica, mas especialista em "serviços de preparação pré-operatória". Foi uma aquisição importante, que ajudará nesta expansão da Sword também em terras britânicas, vinca o mesmo responsável em declarações ao PÚBLICO.