Para Elon Musk, a compra da OpenAI lhe daria mais poder no ...
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Um grupo de investidores liderado por Elon Musk fez uma oferta não solicitada de US$ 97,4 bilhões para comprar a parte sem fins lucrativos da OpenAI. Um advogado do grupo apresentou a proposta à OpenAI na segunda-feira, segundo o "Wall Street Journal".
De acordo com o WSJ, os outros investidores do grupo incluem Valor Equity Partners, Baron Capital, Atreides Management, Vy Capital e 8VC (uma empresa de capital de risco liderada pelo cofundador da Palantir, Joe Lonsdale). Ari Emanuel, CEO da empresa de esportes e entretenimento Endeavor, também está apoiando a oferta por meio de seu fundo de investimentos.
A OpenAI tem estrutura empresarial híbrida, que consiste em uma entidade matriz sem fins lucrativos (OpenAI, Inc.) e uma subsidiária com fins lucrativos (OpenAI LP, chamada de empresa de “lucro limitado”).
Em parte devido aos custos extraordinariamente altos de desenvolvimento e treinamento de grandes modelos de linguagem (como o ChatGPT), a OpenAI criou essa subsidiária com fins lucrativos em 2019, o que permitiu que levantasse bilhões de dólares da Microsoft e de outros investidores.
Atualmente, o CEO da OpenAI, Sam Altman, está no processo de transformar a subsidiária em uma empresa tradicional e separar a organização sem fins lucrativos. No entanto, essa entidade ainda teria participação acionária na nova empresa com fins lucrativos.
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A situação pode parecer familiar para um dos membros do conselho da OpenAI, Bret Taylor, que era presidente do conselho do Twitter quando Musk fez uma oferta pela empresa e a comprou em outubro de 2022. Taylor deixou o Twitter logo depois, junto com a maior parte do conselho.
A proposta não solicitada é mais um lance da batalha em andamento entre Musk e Altman. Musk, que foi um dos cofundadores da empresa com Altman e outros investidores em 2015 (e que agora lidera o Departamento de Eficiência Governamental), já entrou com dois processos contra a OpenAI.
Sua alegação é que a empresa se desviou de sua missão original sem fins lucrativos e agora prioriza o lucro em detrimento do benefício público. No segundo processo, apresentado em novembro de 2024, a Microsoft, principal investidora da OpenAI, foi indiciada como ré.
COMPRA DA OPENAI É MAIS UM LANCE DA BATALHA ENTRE MUSK E ALTMAN
Marc Toberoff , advogado que representa o grupo de Musk, apresentou a nova oferta de compra da OpenAI como mais uma forma de manifestar as queixas nos processos.
“Se Sam Altman e o atual conselho de administração da OpenAI, Inc. estão determinados a se tornar uma corporação totalmente lucrativa, é vital que a entidade beneficente seja devidamente compensada pelo que sua liderança está tirando dela: o controle sobre a tecnologia mais transformadora de nosso tempo”, disse Toberoff em um comunicado nesta segunda-feira (dia 10).
“Como cofundador da OpenAI e o líder mais inovador e bem-sucedido da indústria de tecnologia na história (sic), Musk é a pessoa mais qualificada para proteger e expandir a tecnologia da OpenAI”, disse Toberoff.
A estrutura da OpenAI é composta por uma entidade matriz sem fins lucrativos e uma subsidiária com fins lucrativos.
Sam Altman respondeu à oferta de compra da OpenAI no X/ Twitter, dizendo que não está interessado, mas que estaria disposto a pagar US$ 9,74 bilhões para adquirir a rede social de Musk. Procurada, a OpenAI não respondeu ao pedido de comentário da Fast Company.
Musk e os outros investidores poderiam, teoricamente, ficar com uma grande participação na divisão lucrativa da OpenAI. A empresa de inteligência artificial de Musk, xAI, afirmou que está desenvolvendo modelos de linguagem (LLMs) “menos restritos pelo politicamente correto e mais focados na verdade objetiva”.
Já a OpenAI tem se concentrado no desenvolvimento de modelos avançados que buscam alcançar a inteligência artificial geral (IAG), ou seja, sistemas de IA capazes de executar a maioria das tarefas economicamente valiosas melhor do que os humanos.
A divisão lucrativa da OpenAI está crescendo rapidamente. Altman está em negociações com o banco de investimentos japonês SoftBank Group, que pode investir até US$ 40 bilhões na empresa de IA, elevando seu valor para cerca de US$ 300 bilhões.
SOBRE O AUTOR
Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres... saiba mais