Centenas de trabalhadores da OpenAI ameaçam despedir-se se ...

Ao início da tarde desta segunda-feira, já 505 dos 700 trabalhadores da OpenAI tinham assinado uma carta a exigir a saída do conselho de administração que despediu o CEO (presidente executivo) Sam Altman na sexta-feira: “As vossas decisões tornaram óbvio o facto de que são incapazes de supervisionar a OpenAI. Não podemos trabalhar para ou com pessoas sem a competência, a capacidade de decisão e o cuidado necessário para a nossa missão e para os seus trabalhadores”, lê-se na carta. Os funcionários exigem que tanto Altman como Greg Brockman, o antigo chairman (presidente não executivo), que entretanto se demitira, regressem à empresa.
Ver Twitter
Vários trabalhadores, incluindo a administradora tecnológica (chief technology officer, o cargo em inglês) da OpenAI, Mira Murati, que foi nomeada CEO interina em substituição de Altman e destituída dois dias depois - fizeram eco da importância desta fuga de cérebros na rede social X, antigo Twitter, com uma simples publicação, repetida por cada um nas suas contas pessoais: “OpenAI is nothing without its people” (A OpenAI não é nada sem as pessoas que lá trabalham).
Ver Twitter
Sam Altman foi despedido inesperadamente na sexta-feira pelo conselho de administração da OpenAI. O fundador da empresa que desenvolveu a solução de IA generativa ChatGPT foi acusado de não ter sido “consistentemente honesto” nas suas comunicações com a cúpula.
A especulação começou logo a seguir ao anúncio oficial da empresa com as redes e os meios de comunicação a fervilhar de opiniões sobre o sucedido. Mas o fim de semana não trouxe grandes esclarecimentos sobre a demissão. Porém, num par de dias, Altman fez demonstrar a sua importância.
O conselho de administração da OpenAI, o mesmo que demitira Altman, alegadamente envidara esforços para trazê-lo de volta. No domingo, o fundador acabaria por ser contratado pela Microsoft, dona de 49% da OpenAI. E a administração da OpenAI optou por nomear um novo presidente executivo: Emmett Shear, antigo líder da plataforma de streaming Twitch. Este comprometeu-se, no antigo Twitter, a promover uma investigação interna sobre este controverso despedimento e a mudar a estrutura interna da empresa.
Ver Twitter
Falamos de uma das empresas que estão a marcar a atualidade graças à solução de inteligência artificial (IA) ChatGPT, um modelo de linguagem avançado que gera conteúdo com base na análise de texto já existente, em resposta a pedidos dos utilizadores. Encarada como um dos grandes motores da alegada revolução que IA trará a quase todas as dimensões da vida humana, a OpenAI tem atraído muitos milhões de dólares de investidores ansiosos para participar (e eventualmente dominar) esta corrida.
Sinal disso foi a compra pela Microsoft de 49% da OpenAI por 10 mil milhões de dólares (cerca de 9,2 mil milhões de euros ao câmbio atual), avaliando a empresa em 29 mil milhões de dólares (17 mil milhões de dólares), segundo a Reuters.
Mais recentemente, a OpenAI planeava a venda de ações, numa operação liderada pela sociedade Thrive Capital, a uma avaliação que ronda os 80 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros), segundo a página especializada The Information.