Nuno Rebelo de Sousa vai ser constituído arguido no caso das ...
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País
A SIC sabe que a PJ ainda não notificou Nuno Rebelo de Sousa. O filho do Presidente da República vive no Brasil e, por isso, pode haver a necessidade de Portugal ter que enviar uma carta rogatória às autoridades brasileiras.
TIAGO PETINGA/LUSA
O filho do Presidente da República irá ser constituído arguido no processo das gémeas luso-brasileiras.
Será o desenvolvimento lógico da investigação, depois de terem sido constituídos arguidos o ex-secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, e o antigo direto clínico do Santa Maria, Luís Pinheiro.
No entanto, a SIC sabe que a PJ ainda não notificou Nuno Rebelo de Sousa.
Como reside no Brasil, pode mesmo haver necessidade de Portugal ter que enviar uma carta rogatória às autoridades brasileiras para que o encontrem e o notifiquem.
Nuno Rebelo de Sousa está sob a mira das autoridades portuguesas por eventuais pressões junto do Governo e do Palácio de Belém para facilitar o tratamento das gémeas luso-brasileiras no Serviço Nacional de Saúde.
Em dezembro, em entrevista ao Expresso, Lacerda Sales admitiu ter-se reunido com o filho do Presidente da República, num encontro em que Nuno Rebelo de Sousa lhe falou do caso das gémeas.
Lacerda Sales contou que foi o filho do Presidente da República a pedir uma reunião, "com o objetivo de apresentar cumprimentos", e que, durante o encontro, falou do caso das duas crianças com atrofia muscular espinhal, que viriam a ser tratadas no Hospital de Santa Maria com um fármaco de dois milhões de euros (por pessoa).
O ex-governante conta igualmente que o filho do Presidente da República lhe perguntou qual seria a amplitude da sua intervenção e que lhe respondeu que "trataria este caso como todos os outros, sem privilégio".
Uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.
O documento refere ainda que as duas meninas foram referenciadas (através do pedido de consulta) pelo então secretário de Estado da Saúde.