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Treinador desde os 29 anos, adepto da linha de três, defensor do ...

Treinador desde os 29 anos adepto da linha de três defensor do
Passou por Argentina, Brasil e Chile, brilhou no Equador, fez história no México. Anselmi, visto como um "Amorim sul-americano", recusou abordagens do Celta e do Shakhtar e vai assinar pelo FC Porto.

Quando numa noite de sexta-feira (quase madrugada) de agosto o FC Porto apresentou Samu Aghehowa em termos oficiais, a notícia foi festejada em termos internos por mais razões do que as meramente desportivas. Por um lado, e apesar de ser uma aposta altíssima naquela que seria a grande contratação do mercado de transferências, ninguém duvidava de que seria um investimento e não um custo apesar dos 15 milhões de euros pagos por 50% do passe. Por outro, todos se regozijaram pela forma como tudo foi mantido em segredo até ao anúncio final, sendo que antes André Villas-Boas tinha viajado até ao estrangeiro para se encontrar com o jogador e seu representante além de chegar a acordo com o Atl. Madrid para a contratação do número 9 que se tinha sagrado campeão olímpico. Agora, em parte, esse foi o sentimento vivido no Dragão.

Ao final da tarde desta quarta-feira, e no seguimento de uma informação que começou a circular na América do Sul que há muito seguia a pista do nome em causa, Martín Anselmi foi apontado como o treinador que estaria perto de rumar ao Dragão para suceder a Vítor Bruno. Aí, 48 horas depois de um autêntico muro de silêncio montado pelos principais protagonistas da decisão (além de Villas-Boas, o diretor desportivo Andoni Zubizarreta e o diretor do futebol Jorge Costa), o negócio estava em vias de chegar ao último patamar onde se encontra agora, com o FC Porto a negociar com o Cruz Azul, atual clube do argentino, prazos de pagamento da cláusula de rescisão mais baixa do que inicialmente abordado, que ficará pelos três milhões de dólares. Não foi um segredo “completo” mas quase. Numa altura em que as informações que vão saindo do balneário geram algum desconforto no plano interno, a gestão desta pasta acabou por tornar-se uma dupla vitória.

Depois, a opção. Como o Observador explicara, existiam três possíveis saídas para o vazio criado pela saída de Vítor Bruno na sequência da terceira derrota consecutiva frente ao Gil Vicente em Barcelos (sendo que os resultados foram apenas uma das partes que levaram à demissão do antigo número 2 de Sérgio Conceição, acrescente-se). Hipótese 1: um treinador estrangeiro com mais experiência ou currículo, algo que chegou a ser tentado sem sucesso no verão perante os constrangimentos financeiros que ainda agora se mantêm, com a ideia de Xavi Hernández à cabeça por ser alguém conhecido de Villas-Boas e Zubizarreta e que podia ser um intérprete fiel do ADN portista. Hipótese 2: um técnico português com menor margem de risco, que conhecesse a realidade nacional e do clube, capaz de ter um impacto imediato – e Luís Castro entrava nessa pista, até pela boa relação com os dirigentes azuis e brancos. Hipótese 3: um nome “fora da caixa”, em ascensão nos últimos tempos, forte na construção de “grupos” e com um perfil moderno e de futuro.

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Nem foi por acaso que, durante o dia de ontem, o nome de Kjetil Knutsen, da sensação Bodo/Glimt, tenha sido ventilado. O norueguês não chegou a ser contactado mas era a melhor pista para o tipo de treinador que o FC Porto estava à procura. Aliás, mais do que isso, até por Anselmi estar há algum tempo identificado, a decisão passava mais por querer ou não avançar para a solução que comportava mais risco. De forma clara, essas potenciais “dúvidas” foram assumidas. Mais: de acordo com informações recolhidas pelo Observador, os dragões sabiam que, além das ofertas que vieram de grandes equipas brasileiras, Celta de Vigo e Shakhtar já tinham feito abordagens exploratórias pelo técnico do Cruz Azul e tentaram jogar em antecipação perante esses movimentos de mercado que tinham chegado também à realidade europeia.

O acordo entre Martín Anselmi e FC Porto, esse, acabou por ser o capítulo mais fácil de concluir. O técnico de 39 anos mostrou-se muito agradado com o projeto apresentado pelos dragões através de André Villas-Boas, destacou a possibilidade de chegar à Europa e disputar competições da UEFA por um dos clubes com maior tradição na Liga dos Campeões e fechou contrato válido até junho de 2027 que está dependente ainda desse acordo entre os portistas e o Cruz Azul, não em relação aos montantes mas a prazos de pagamento. A questão da restante equipa técnica também terá ficado definida, com Anselmi a contar com os seus adjuntos.

Aos 39 anos, o argentino terá a primeira experiência na Europa depois de um percurso que teve como ponto mais alto a passagem pelos equatorianos do Independiente del Valle, onde ganhou os primeiros troféus continentais com a Taça Sul-Americana e a Supertaça Sul-Americana além da Taça e da Supertaça do país. Treinador desde os 29 anos, depois de uma passagem pelo futebol de formação como jogador do Ferro Carril Oeste, Anselmi foi chamado por Gabriel Milito para o staff técnico do Independiente, trabalhou depois com Francisco Berscé e Miguel Ángel Ramírez, esteve no Brasil e no Chile, regressou ao Equador. Em 2023/24 foi contratado pelos mexicanos do Cruz Azul, chegando à final de um Clausura onde perdeu com o América. Já no Abertura de 2024, bateu o recorde de pontos no arranque com 13 vitórias, três empates e uma derrota.

Razões para a escolha? Em traços gerais, o perfil que apresenta. Desde que foi anunciado como mais do que provável novo treinador do FC Porto, os vários nomes que têm sido ouvidos apontam para alguém com traços semelhantes a Ruben Amorim antes da ida do português para o Manchester United: um treinador jovem, apologista de um futebol mais “moderno”, que gosta de trabalhar com uma linha a três na defesa como o Sporting apresentou durante quatro anos e meio, que tem grande tração na América do Norte e do Sul pela forma como monta as suas equipas e tenta produzir um futebol atraente. A par disso, Anselmi é descrito como alguém que gosta de ser próximo dos jogadores e construir um grupo coeso que possa depois potenciar o melhor em termos individuais em prol do coletivo. Tudo descrito e explicado num só vídeo.

“Uma equipa significa que um grupo, um conjunto de indivíduos, deixa de ter os seus objetivos pessoais e passa a ter um objetivo muito maior, um propósito, e que opta sempre pelo bem comum. Para ser parte de uma equipa, há uma altura em que vamos ter que fazer coisas que não gostamos de fazer. Isso acontece com todos nós, em qualquer trabalho. Mas quando há um propósito maior e quando os que estão formando um grupo sentem isso, aí começamos a passar de um grupo para uma equipa. Se me custa me levantar cedo, tenho que o fazer, porque se chego tarde e há 24 jogadores que estão à minha espera, estou a prejudicar a equipa. Se chega o fim de semana e gosto de beber dez cervejas, tenho que beber uma ou nenhuma porque se não me cuido, estou a piorar como indivíduo e estou a piorar a equipa. Se quando treino não compito ao máximo, estou a prejudicar a equipa porque não estou a elevar os limites de quem competir comigo. Quando o indivíduo é melhor, a equipa passa a melhorar o indivíduo”, referiu nessa explicação que se tornou “viral”.

As ideias transmitidas aí, que tiveram a “confirmação” de várias pessoas que conhecem ou foram trabalhando com Martín Anselmi, entroncaram no outro ponto pretendido pelo FC Porto: um técnico que, mesmo tendo uma veia disciplinadora, consiga cimentar e blindar um grupo, algo que terá deixado de existir a determinado momento com Vítor Bruno. Nem mesmo a falta de experiência na Europa ou de conhecimento concreto da realidade nacional impediu a abordagem dos dragões, que se preparam para apostar no argentino e ter uma viragem de paradigma também no plano desportivo como não aconteceu por completo com a contratação do antigo adjunto de Sérgio Conceição. Não sendo ainda certa a data da viagem para a Invicta, e sendo possível que José Cardoso oriente ainda a receção ao Santa Clara no domingo para o Campeonato após o jogo da Liga Europa frente ao Olympiacos, Anselmi deve chegar no fim de semana com essa garantia da imprensa mexicana de que não irá comandar mais nenhum encontro dos mexicanos do Cruz Azul.

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