Porta de entrada na Europa e boas vendas: os 90 anos de história ...

Braga "revelou" três dos últimos cinco técnicos campeões da Libertadores

Criado em 1934, o Campeonato Português completa 90 anos nesta segunda-feira. Entre muitas fases desde a criação, a competição está longe do auge e de ser uma das ligas mais competitivas do mundo, mesmo assim segue sendo muito visada.

Se o sonho de jogar em uma grande liga europeia passa no imaginário de um jogador, fatalmente o futebol português pode contribuir. Na última temporada, a competição iniciou com 108 jogadores brasileiros em ação. O sonho se alinha ainda mais com o desejo esportivo - e lucrativo - dos clubes. Ao buscarem jogadores com potencial no mercado, eles são contratados, valorizados e, por fim, vendidos por valores bem acima do que foram contratados.

O mesmo aconteceu com Oblak, o que mostra que Portugal é uma porta de entrada não só para os sul-americanos, mas também para jogadores do leste europeu (o sérvio Matić é outro exemplo). O arqueiro veio do Olimpija Ljubljana, da Eslovênia, até ser vendido para o Atlético de Madrid. Ederson e Oblak são dois dos principais goleiros do futebol europeu e, além de terem começado no Benfica, dividiram a temporada de 2012/13 no modesto Rio Ave.

Di María é outro nome mais reconhecido atualmente. Revelado pelo Rosario Central, da Argentina, foi um achado do Benfica antes de brilhar nos gigantes Real Madrid, Manchester United, PSG e Juventus.

Do lado do Sporting, Liedson retrata bem a atuação do mercado de Portugal. O atacante ficou no clube de 2003 até 2011, sendo convocado para representar a seleção portuguesa. Caminho semelhante foi traçado pelo meia Deco e pelo zagueiro Pepe, todos brasileiros naturalizados e hoje ídolos em Portugal.

E essa lista não se restringe apenas aos jogadores. O brasileiro Otto Glória e o húngaro Joseph Szabo são os dois treinadores mais vitoriosos da história do campeonato. Otto foi pentacampeão, sendo três vezes pelo Benfica e duas pelo Sporting. Já Szabo foi tricampeão com o Sporting e levantou a taça uma vez no comando do Porto. Nomes conhecidos dos últimos anos, Jorge Jesus e Sérgio Conceição conquistaram três vezes cada.

Ao longo das 90 edições já realizadas, somente cinco equipes foram campeãs: Benfica, Sporting, Porto, Boavista e Belenenses. A Bundesliga, que também tem histórico de dominância do Bayern de Munique, por exemplo, tem treze campeões nacionais. Em Portugal, a discrepância é ainda maior, quando se leva em consideração que apenas dois títulos não ficaram com Benfica, Porto e Sporting.

O Porto é o responsável pelas últimas conquistas europeias do país. Em 2011, conquistou a Liga Europa diante do Braga, na única final 100% portuguesa em competições continentais. Título este que já havia conquistado em 2003, quando ainda era nomeada como Copa da Uefa. Porém, os mais relevantes foram em 2004, com bicampeonato da Liga dos Campeões (o primeiro foi em 1987) e o Mundial de Clubes.

Apesar destas conquistas recentes, o auge do futebol português foi na década de 1960. As campanhas do Benfica na Europa impulsionaram a época de ouro do país, que chegou a ser a quarta liga de futebol mais relevante. Atualmente, ocupa a 7ª colocação.

O Benfica conquistou duas Champions: em 1960/61, contra o Barcelona, que encerrou a hegemonia de cinco troféus seguidos do Real Madrid de Di Stefano e Puskás. E o bicampeonato veio na edição seguinte, justamente contra os merengues.

Na década, de quebra, a seleção estreou em Copa do Mundo, em 1966, que até hoje é a melhor participação na história. Eliminada nas semifinais para a Inglaterra, Portugal enfrentou o Brasil na fase de grupos e venceu por 3 a 1, com dois gols de Eusébio. Foi a única vez em que Pelé foi eliminado de uma Copa do Mundo, quando Portugal e Hungria avançaram no grupo.