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Villas-Boas avança para eleições e acusa órgãos sociais do FC ...

VillasBoas avança para eleições e acusa órgãos sociais do FC
Técnico que levou dragões à conquista da Liga Europa em 2011 pede investigação aos incidentes da Assembleia Geral de segunda-feira à noite. Candidatura ao lugar que é de Pinto da Costa desde 1982 é uma "mera formalidade". Foi lançada uma petiçã

A Assembleia Geral do FC Porto de segunda-feira que devia votar uma mudança estatutária relevante e com impacto no próximo ato eleitoral, que terá de se realizar em 2024, ficou marcada por tumultos e agressões e foi suspensa e reagendada para a próxima segunda-feira (dia 20) por falta de condições de segurança para dar seguimento aos trabalhos.

A PSP, que só estava no exterior do Dragão Arena, não registou qualquer incidente, nem recebeu queixas, sobre os acontecimentos que para muitos sócios envergonham a nação portista. As reações surgiram ontem de vários quadrantes, uma das mais duras vinda de André Villas-Boas, que não se coibiu de imputar responsabilidades aos órgãos sociais do clube e por conseguinte a Pinto da Costa. O antigo treinador será mesmo candidato à presidência do clube nas eleições de 2024, sabe o DN, quer se realizem em abril (como Pinto da Costa quer) ou em junho (como sugere o Conselho Superior). Só falta decidir quando avança oficialmente, com quem e contra quem, sendo praticamente certo que o atual presidente vai a votos para um 16.º mandato e Nuno Lobo também já anunciou a candidatura.

"Não posso ficar indiferente ao apoio que sinto. Apresentar uma candidatura é quase uma formalidade. Apenas quero dar passos seguros, fortes, criteriosos, transparentes, suportados em equipas de rigor, alto nível e credibilidade. É isso que o FC Porto merece. Quando eu tiver todas as equipas montadas, um programa eleitoral digno do que merece uma instituição digna do FC Porto, apresentar-me-ei", disse hoje Villas-Boas, à margem da Web Summit, revelando que a forma eufórica como foi recebido na reunião magna lhe deu ainda mais vontade para avançar.

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Para o ex-técnico, os tristes acontecimentos da AG foram "uma derrota interna para os órgãos sociais do FC Porto, que assistiram impávidos e serenos a agressões e intimidações múltiplas de uma guarda pretoriana aos associados do FC Porto".

Villas-Boas, que na época 2010-11 como técnico portista venceu campeonato, Liga Europa, Taça de Portugal e Supertaça, pediu também que a AG extraordinária marcada para o dia 20, seja limitada à apresentação do cartão de associado do FC Porto e correspondente cartão do cidadão, "da forma mais ordeira e segura possível para que as pessoas possam exprimir livremente o que pensam da proposta de alteração dos estatutos".

O ex-treinador tem assumido posições divergentes no que toca à gestão do clube, incluindo a remuneração dos administradores da SAD. Ontem, horas depois dos acontecimentos, lamentou as agressões e não só. "As imagens de um miúdo com 19 anos, ao qual, provavelmente é tirado o direito de voto, em choro e envergonhado com o seu clube, é o reflexo da situação que estamos a viver. Estamos reféns de uma guarda pretoriana que persiste em intimidar alguns sócios do FC Porto, que demonstram querer exercer o seu direito de voto, de se expressarem e de serem livres", atirou, pedindo "uma reflexão que o próprio Conselho Superior" para não se tornar num órgão figurativo.

Villas-Boas dirigiu-se ainda às autoridades - Ministério Público, ministério da Administração Interna, IPDJ e Secretário de Estado do Desporto - no sentido de pedirem "com urgência" as filmagens das câmaras da vigilância do exterior do estádio e do Dragão Arena, "e procedam a uma investigação das agressões e dos atos bárbaros".

Algo que o clube também prometeu fazer internamente, através de um comunicado: "A direção do FC Porto recorrerá aos meios que tem ao seu alcance para identificar os responsáveis por agressões físicas e mobilizará os restantes órgãos sociais tendo em vista a abertura de processos disciplinares." Algo previsto nos estatutos, uma vez que, segundo a direção portista, são responsáveis por "atos condenáveis" que "mancham uma história centenária de cultura democrática".

Villas-Boas não assistiu aos confrontos no Dragão Arena. Decidiu abandonar a reunião magna quando percebeu que não havia condições para a realização da mesma. "A partir do momento em que uma AG está marcada para uma sala que leva 300 pessoas e estão lá quatro mil, a fazerem fila para tentarem entrar... De repente mudam de local, para o Dragão Arena, como é que se quer que se faça a contagem daqueles sócios? Foi aí que decidi sair. Não havia condições para proceder a uma AG onde se faz a contagem a olho, e a olhómetro. Principalmente com medidas onde não há regulamentação no registo, onde se passam pulseiras de um lado ao outro, onde se vivem momentos de intimidação evidentes", explicou, colocando mais uma vez o ónus da decisão no presidente da Mesa da AG, que terá decidido não chamar as autoridades.

Também a viúva de José Maria Pedroto se pronunciou sobre "o dia mais negro" da história do FC Porto: "Celebraremos 50 anos de democracia num cenário em que o FC Porto é uma ditadura. O que se passou ontem foi o dia mais negro do nosso clube", refere Cecília Pedroto, para ainda acrescentar: "Investigue-se as cenas de pancadaria, de violência e os sócios a fugir com medo das agressões".

Ainda antes da AG ser suspensa, Pinto da Costa dirigiu-se aos sócios para se manifestar contra três das alterações mais polémicas propostas pela comissão de trabalhos criada no seio do Conselho Superior. Entre as quais a mudança de data das eleições, que podem passar de abril para junho já no ato eleitoral de 2024. E ainda a possibilidade de voto eletrónico e por correspondência, a filiação sénior mínima de 15 anos, em vez dos atuais 10, para se concorrer à presidência ou o acesso ao direito de voto após dois anos ininterruptos como sócio são algumas das mudanças em discussão.

Além da permissão dos órgãos sociais, direta ou por interposta pessoa, poderem envolver-se em negócios com o clube ou com qualquer sociedade em que o clube exerça influência dominante, desde que o negócio seja do "manifesto interesse do clube" ou tenha obtido "prévio parecer favorável do Conselho Fiscal e Disciplinar".

Qualquer alteração dos estatutos necessitará de dois terços de votos favoráveis para ser aprovada, entrando em vigor no dia seguinte ao da publicação da escritura pública, que deverá ser realizada num prazo de 30 dias junto da Conservatória do Registo Comercial

Na sequência dos incidentes na AG foi criada uma petição pública dirigida aos sócios do FC Porto para destituir Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, como sócio do clube. Na petição, é explicado que as ações do líder da claque "têm levantado sérias preocupações" em relação aos valores éticos, morais e desportivos do clube, cuja "conduta inadequada" causa "prejuízo à imagem do clube". Ao início da noite já tem mais de cinco mil assinaturas.

isaura.almeida@dn.pt

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