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FC Porto volta à Reboleira, a casa do fim da era-Baía: «Foi a minha ...

FC Porto volta à Reboleira a casa do fim da eraBaía Foi a minha
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Pegar num gigante e afastá-lo gentilmente. Assinar o final de uma era e «comprar problemas» com analistas, adeptos e dirigentes. Co Adriaanse, o mais durão dos treinadores do FC Porto no século XXI, teve o papel de carrasco e determinou o adeus de Vítor Baía, o tal gigante, da titularidade do FC Porto. 

qO Antero deu-me alguns avisos, naturalmente. 'Se o Helton falhar, o senhor vai ter problemas com os fãs e os jornalistas...'. Não o quis ouvir

Co Adriaanse

O derradeiro capítulo teve lugar na Amadora, onde o FC Porto volta esta sexta-feira, 15 anos depois da última visita. É verdade que Vítor Baía fez depois mais jogos na equipa inicial, mas só por culpa da indisponibilidade circunstancial de Helton. 

A 15 de janeiro de 2006, na derrota por 2-1 na Reboleira, acabou o ciclo de indiscutibilidade do guarda-redes. Jogava-se a jornada 18 da Liga 05/06, a campanha interna não tinha eco nos registos europeus [a derrota contra o Artmedia ainda é uma das mais humilhantes] e no ar sentia-se que Co Adriaanse queria mudar. 

Agora com 76 anos, o treinador neerlandês aceita o convite do zerozero e volta a essa noite fria no Estádio José Gomes, para falar da «mais difícil» das decisões. 

«Tinha e tenho enorme respeito pelo Vítor. Ele teve uma carreira brilhante e foi muito difícil afastá-lo da baliza. Sabia que essa opção não seria nada popular entre os adeptos, até porque na altura poucos sabiam o que valia o Helton. 'Ah, o treinador está a fazer uma asneira'. Mas eu via a forma como o Helton treinava», explica Adriaanse, consciente dos «muitos anos e muitos troféus» de Baía com o dragão ao peito. 

«Apostei no Helton porque vi que ele era especial»

Os 566 jogos oficiais pelo FC Porto fazem do atual vice-presidente o keeper com mais presenças pelo clube. De longe. O segundo na lista, curiosamente, é Helton. O brasileiro acumulou 334 aparições e surge à frente de Américo, Barrigana e Zé Beto nesta galeria de notáveis azuis e brancos

Mas a história de Baía não se limita a jogos realizados. Há 28 troféus a engalanar o palmarés deste monstro das luvas, incluindo uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões. Co Adriaanse suspira, ao procurar explicar essa «opção de risco»: abdicar de um intocável e apostar num jovem brasileiro.

Baía e Adriaanse antes de um jogo em Milão @Getty /

«Há sempre a hipótese de algo correr mal, quando se muda de guarda-redes. Normalmente, essa opção é tomada no início da época e não a meio, como foi o caso», prossegue o treinador vencedor da dobradinha em 2006, ao recordar a «ingrata situação».

«O Vítor é muito inteligente e já tinha uma experiência enorme nessa altura. Ele jogara no Barcelona, sabia tudo sobre futebol. Acreditei que o Vítor iria colocar-se no meu lugar e ter o ponto de vista do treinador. Ele é um verdadeiro Porto man, eu sentia e sabia que o Vítor não iria arranjar problemas comigo, porque o clube e os adeptos estariam sempre à frente de tudo para ele.»

Liga Portuguesa
Assim foi, assegura Co Adriaanse. «Treinou sempre bem, mostrou-me que estaria preparado para voltar a ser titular. Eu sabia que essa decisão [de afastar Baía] me podia criar uma má imagem, mas eu também sabia bem o que queria.»

Mais do que pressentir «o declínio do Vítor», Adriaanse adivinhou o «talento especial» de Helton. O tempo dar-lhe-ia razão. 

«Fomos campeões e ganhámos a taça, mas podíamos ter feito o mesmo com o Vítor na baliza. Apostei no Helton porque vi que ele também era extraordinário e tinha valor iniciar uma longa era no FC Porto. Não me enganei nisso. Não foi um guarda-redes para um mês ou uma época. Eu saí do FC Porto e o Helton foi o dono da baliza muitas, muitas épocas.»

«O Antero Henrique avisou-me, mas não o quis ouvir» 

Vítor Baía fez a estreia oficial pelo FC Porto a 11 de setembro de 1988, em Guimarães. Exceção feita às duas épocas e meia em Barcelona, de 1996 a janeiro de 1999, a sua vida foi feita nos dragões e na Seleção Nacional.

Adorado pelos adeptos, respeitado pelos rivais, um nome condenado à eternidade no museu azul e branco. Razões e sintomas para Co Adriaanse «hesitar muito» antes de proferir a sentença. Para a decisão final, e sem direito a recurso, muito contou a noite «menos feliz» na casa do Estrela. 

Maurício e Coutinho marcaram para os estrelistas até ao intervalo, Lucho Gonzalez reduziu aos 60.   

Vítor Baía e os filhos na festa de 2006 @Getty /

«Lembro-me bem do jogo na Amadora, nunca me esqueço das derrotas», ri-se Co Adriaanse. «Não afastei o Vítor da baliza só por causa de um jogo. Há muita informação, eu recebia sempre o feedback do treinador dos guarda-redes [Wil Coort], dos outros adjuntos, falava muito com o Antero Henrique... foi uma decisão muito difícil e muito ponderada.»

«O Wil Coort trabalhava diretamente com o Vítor e defendeu-o, tinham uma ligação muito forte», continua o antigo treinador do FC Porto, antes de trazer para a conversa o agora diretor desportivo da liga do Catar, Antero Henrique.

«O Antero também me deu alguns conselhos, alguns avisos, naturalmente. 'Se o Helton falhar, o senhor vai ter problemas com os fãs e os jornalistas...'. Não o quis ouvir. Eu via o talento do Helton e senti que ele estava pronto para ser o novo titular do FC Porto.»

Co Adriaanse vive em Amesterdão, está «com saúde» e «ainda apaixonado» por futebol.  

«Vejo muitos jogos pela televisão, incluindo da liga portuguesa. Sigo muito o Ajax, o Willem II, o AZ. O ano passado vi alguns jogos do Francisco Conceição e lembrei-me muitas vezes do quão difícil é ser treinador do FC Porto. Também vi o Jorge Sánchez, mas menos vezes. É mais difícil falar sobre ele. Um abraço para a malta toda no FC Porto.»  

Co Adriaanse abandonou o FC Porto no verão de 2006, em plena pré-época.

No programa Ironias do Destino [Porto Canal], o presidente Pinto da Costa deu a sua versão do afastamento do neerlandês: «Estávamos no estágio, houve ali uns pequenos conflitos com os jogadores, por razões um bocado impensáveis e ele resolveu abandonar. Quem dirigiu a equipa na Supertaça foi o Rui Barros. Ainda em 2006, contratámos o Jesualdo Ferreira, que viria a ganhar três campeonatos consecutivos, é o único treinador na história do FC Porto a conseguir esse feito.» 

Jesualdo Ferreira haveria de ser, de resto, o último homem a treinar Vítor Baía. Na época 06/07, o guarda-redes fez dois jogos. E disse adeus. 

Duas derrotas e uma expulsão de... Sérgio Conceição

O FC Porto sabe o que é sofrer na Reboleira. É verdade que só perdeu duas vezes na casa do Estrela (nesse adeus de Vítor Baía à titularidade e num 2-1 em fevereiro de 1998), mas a maioria dos oito empates teve sofrimento e muita polémica. 

Em fevereiro de 1997, por exemplo, o 2-2 acabou com os jogadores do FC Porto em perseguição e contestação ao árbitro António Rola. No período de descontos, o árbitro assinalou (aparentemente bem) uma grande penalidade contra os dragões, por falta de Sérgio Conceição sobre Jordão. 

O atual treinador foi expulso e Greg Mielcarski também viu o cartão vermelho. A PSP interveio no relvado e na bancada tricolor. Tudo feio. 

2-2 foi também o resultado do primeiro Estrela da Amadora-FC Porto na história da 1ª divisão. O mítico Basaúla bisou para os da casa, Branco e Everton empataram para os dragões. 

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