O projeto Europeu, o estado da união e menos ais
A sirene toca. O português acorda e desfaz-se a nuvem de pensamento em que o capitão de Portugal levanta a taça. O caneco em que o recém-desperto pensava enquanto dormia é afinal uma caneca de leite quando passa a cara por água antes de tomar o pequeno-almoço. Enfim, a realidade e os seus incómodos constrangimentos.
Mas poupemo-nos ao alarmismo de achar que isto de ganhar o Europeu é assunto de um mundo paralelo. Há é que saber solucionar os problemas reais. Os 26 de Roberto Martínez também são descendentes de terráqueos. Cometem erros, entram em contradições e falham. Não é cada um de nós assim? Se tanto se apela a que a seleção nacional seja uma representação o mais fiel possível do seu povo, então que não se lhes atire à cara que se demoram a arranjar para um momento de gala.
Na preparação para o Europeu que se avizinha, Portugal colecionou momentos periclitantes, alguns por efeito da modorra. “Era o teste que precisávamos”, considerou Roberto Martínez após a derrota contra a Croácia por um aligeirado 2-1. Repetiram-se alguns dos erros defensivos já verificados diante da Finlândia (vitória por 4-2) e reconhecidos pelo selecionador nacional (e não só) que podem ainda ser corrigidos no último encontro de preparação contra a Rep. Irlanda. No entanto, apesar do prólogo do Europeu estar a contribuir para o esclarecimento sobre o papel que cada jogador pode desempenhar quando chamado a ter minutos, não é de admirar que Roberto Martínez não repita nenhum dos onzes apresentados na fase de preparação quando chegar a altura a doer.
Por isso, quanto aos titulares que Portugal vai apresentar contra a Chéquia, não temos ideia. Só fica a sugestão para que seja resolvido um problema crónico da seleção ao longo dos anos. Se se pode perdoar aos jogadores que absorvam os males do povo, espera-se que também bebam dele a união da malta que se senta à mesa para encher a barriga com uma conversa sobre os tempos em que também aspiravam a ser profissionais, antes de um amor à primeira vista pelas noitadas os levar por outros caminhos.
A seleção não pode ser um solilóquio de ações vistosas desacompanhadas e facilmente travadas por equipas que, com um nível mínimo de equiparação a Portugal (caso da Croácia), armadilham a equipa das quinas com os laços criados entre si. Existem muitas estrelas nos escolhidos do treinador espanhol, não há dúvidas. Precisamos é que a constelação venha ao de cima sem pretensões egoístas de promoção a Ursa Maior.
“Menos ais, menos ais, menos ais” cantava aquele anúncio publicitário do Euro 2004 (sim, 2004 foi há 20 anos), um rebaixamento de lamúrias útil em qualquer circunstância. Sejamos pois como Nelly Furtado: “Uma força que ninguém pode parar”.
Festa é o que não vai faltar na cerimónia de abertura do Euro que arranca esta sexta-feira com o jogo de abertura entre Alemanha e Escócia. Apesar das músicas do certame continental terem caído numa fórmula repetitiva, há algumas que se podem tornar autênticos hinos. Portugal estreia-se no Euro apenas no dia 18 de junho, em Leipzig. O primeiro duelo da fase de grupos é contra a Chéquia. Depois seguem-se a Turquia (Dortmund) e a Geórgia (Gelsenkirchen). Se a seleção nacional chegar à final, a mesma disputa-se a 14 de julho.
Repetimos 2016?
O que se passou
Nos mais novos, Portugal perdeu a final do Euro sub-17 contra a Itália
A seleção feminina ganhou à Irlanda do Norte e deu seguimento ao brilharete na Divisão B da Liga das Nações
Em relação ao FC Porto, após dias conturbados, o futuro do comando técnico finalmente ficou decidido: Vítor Bruno, antigo adjunto de Sérgio Conceição, vai ser o homem do leme até 2026
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Carlos Alcaraz derrotou Alexander Zverev e conquistou pela primeira vez Roland-Garros. Mais experiente no Grand Slam francês é Iga Swiatek que venceu a competição feminina pela quarta vez ao superar Jasmine Paolini
Ao serviço do Barcelona, o internacional português Luís Frade conquistou a Liga dos Campeões de andebol
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Zona Mista
Não há dinheiro nem títulos que paguem o carinho que recebo das pessoas. Não há golo mais bonito do que o sorriso que as pessoas me dão quando passam por mim
Está feliz, tal como sempre esteve. Ukra conversou com a Tribuna Expresso sobre um final de carreira que está a ser uma lua de mel com a boa disposição. Além das brincadeiras nas redes sociais, o antigo jogador do Rio Ave pôs em prática a conhecida desenvoltura para fazer mais de 40 euros a vender bolas de Berlim na praia.
O que vem aí
Segunda-feira, 10⚽ Boa oportunidade para ver a Turquia, adversário de Portugal no Euro, num amigável contra a Polónia (19h45, Sport TV1)???? O Benfica pode sagrar-se campeão nacional de basquetebol se vencer o FC Porto no jogo 3 da final (15h, RTP2)
Terça-feira, 11⚽ Portugal termina a preparação para o Euro com a receção à Irlanda (19h45, RTP 1)???? Pedro Pichardo e Tiago Pereira participam na final do triplo salto nos Europeus de atletismo (19h55, RTP2)⚽ SC Braga e Sporting enfrentam-se no jogo 2 da final do campeonato de futsal (21h30, Canal 11)
Quarta-feira, 12???? Se necessário, disputa-se o jogo 4 da final da meia-final do campeonato nacional de basquetebol (18h30, RTP2)
Quinta-feira, 13???? Os Boston Celtics, de Neemias Queta, realizam o jogo 3 da final da NBA contra os Dallas Mavericks (1h30, Sport TV1)
Sexta-feira, 14⚽ Começa o Euro 2024. A cerimónia de abertura arranca às 19h e segue-se o jogo inaugural entre Alemanha e Escócia (20h, RTP1)
Sábado, 15
???? Os Boston Celtics, de Neemias Queta, realizam o jogo 4 da final da NBA contra os Dallas Mavericks (1h30, Sport TV2)⚽ Hungria-Suíça (14h, Sport TV1)⚽ Espanha-Croácia (17h, RTP1)⚽ Itália-Albânia (20h, Sport TV1)⚽ SC Braga e Sporting enfrentam-se no jogo 3 da final do campeonato de futsal (21h30, Canal 11)
Domingo, 16???? Começa a final do campeonato de hóquei em patins com equipas ainda a definir (FPP TV)⚽ Polónia-Países Baixos (14h, Sport TV1)⚽ Eslovénia-Dinamarca (17h, Sport TV1)⚽ Sérvia-Inglaterra (20h, TVI)
Hoje deu-nos para isto
A prova feminina dos 20 quilómetros marcha dos Europeus de atletismo estavam praticamente esgotados. Antonella Palmisano cortou a meta em primeiro lugar, mas foi Laura García-Caro, que nem o pódio alcançou, a recolher a maioria do protagonismo. Perder de forma catastrófica pode ser mais impactante do que ganhar de maneira corriqueira.
Na reta final, a espanhola marchava com a bandeira de nuestros hermanos aos ombros. O que parecia ser uma capa de super-heroína tornou-se símbolo de uma missão falhada. Laura García-Caro ergueu o punho para o céu, satisfeita com a hipotética medalha de bronze que ia conquistar após um ano e meio a sofrer de Covid persistente. Assim que apontou os nós dos dedos ao posto de controlo da lua, Lyudmila Olyanovska ultrapassou-a. “Estava focada em chegar e, embora me tenham visto a comemorar, na verdade estava a dar tudo”. Os últimos passos de Laura García-Caro foram feitos nos limites fronteiriços entre a técnica de marcha e a técnica de corrida, numa tentativa desesperada de recuperar o lugar perdido para a ucraniana. Foi tarde demais.
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