Estudante universitária condenada a mais de sete anos de prisão ...
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Uma aluna do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) de Lisboa foi condenada a sete anos e nove meses de prisão efetiva por ter perseguido uma colega da mesma faculdade, bem como familiares desta, durante dois anos, entre março de 2019 e 2021. A perseguição teve início, avança o Jornal de Notícias, com a criação de perfis falsos no Instagram e no Tinder. Nessas contas, a arguida fez-se passar pela vítima, partilhou o seu email e difundiu a mensagem: “Eu e o meu namorado procuramos experiências novas, contactem.”
A estudante universitária, atualmente com 28 anos, enviou milhares de mensagens e emails à vítima, familiares, amigas e namorados destas, com insultos e fez encomendas falsas em sex shops, lojas de beleza e restaurantes através do email da colega. Chegou ainda a marcar consultas, em hospitais e clínicas de cirurgia plástica, e a pedir exames médicos em nome da jovem.
A arguida também espalhou imagens falsas da vítima despida por pessoas da mesma faculdade, enviou anúncios para sites de acompanhantes a alegar que aquela aluna fazia serviços sexuais a troco de dinheiro e criou contas falsas em sites pornográficos. Além disso, chegou a simular a morte da vítima através de um obituário, com fotografia e um convite para o funeral, que enviou para duas empresas e um jornal local da terra natal da jovem perseguida, que é natural de uma região do interior do país (cujo nome o Jornal de Notícias não revela). “É com tristeza nos nossos corações que informamos que a nossa estimada colega do ISCSP faleceu perdendo a batalha para uma infeção”, escreveu.
Em tribunal, a arguida, que terá reproduzido vários dos delitos também com uma tia da vítima, negou os crimes. Durante a investigação, que não apurou o que a levou à perseguição, a estudante universitária atirou a responsabilidade para amigas da vítima, também alunas da mesma faculdade, que chegaram a ser alvo de buscas. Contudo, num email enviado a estudantes do ISCSP, a jovem tinha confessado os crimes (que depois viria a negar), mas alegando ter sido vítima de manipulação anónima.
A arguida foi condenada por perseguição, falsidade informática e denúncia caluniosa. Em causa estavam ainda um total de 75 infrações de, por exemplo, injúria, difamação, ameaça, acesso indevido ou perturbação da vida privada que foram anuladas pela amnistia do Papa no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, em 2023.
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