Dia dos Namorados na Europa: dos corações de queijo a histórias ...
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Em Nápoles, os cornos vermelhos - um símbolo napolitano icónico de prosperidade, amor e fortuna - são preferidos às flores e aos chocolates.
Grande parte da Europa celebra o amor neste Dia dos Namorados com uma variedade de tradições animadas e diversificadas.
Na cidade italiana de Nápoles, os românticos de coração preferem enviar aos seus entes queridos chifres vermelhos em vez das flores e chocolates mais previsíveis. Estes pendentes, conhecidos como cornicelli, estão profundamente enraizados na cultura local e acredita-se que trazem prosperidade, amor e boa sorte a quem os recebe.
As origens do cornicello remontam à mitologia grega e romana antiga. A sua forma e cor vibrante simbolizam a fertilidade e a proteção, fazendo referência a Príapo, o deus da fertilidade masculina.
Chocolate e queijo
Para alguns, o romance pode parecer piegas, especialmente no norte de França, onde um queijo em forma de coração é a forma perfeita de dizer je t'aime.
A cidade de Neufchâtel-en-Bray, na Normandia, é famosa por uma iguaria particularmente especial - um queijo de pasta mole em forma de coração. Datado de há mais de mil anos, o queijo em forma de coração de Neufchâtel tornou-se um símbolo mundialmente famoso do amor e do artesanato.
"Diz a lenda que, na festa de S. Valentim, as jovens leiteiras do Pays de Bray ofereciam estes queijos em forma de coração, no dia de S. Valentim, àqueles que lhes tinham roubado o coração", explica François Olivier, queijeiro local em Rouen.
Os belgas, por seu lado, preferem ficar-se pelo presente mais tradicional do chocolate, um doce pelo qual são mundialmente conhecidos.
No entanto, com os preços do cacau em grão a baterem recordes no mercado das matérias-primas, oferecer chocolates tornou-se um gesto mais caro do que nunca. O que antes era um símbolo de afeto doce e acessível é agora um compromisso financeiro mais significativo, refletindo os custos crescentes desta guloseima.
"As colheitas foram menos boas que o habitual. Em segundo lugar, alguns dos campos na Costa do Marfim e no Gana são um pouco mais velhos e, por conseguinte, produzem menos que o habitual. Em terceiro lugar, há muita especulação. O resultado são preços do cacau extremamente elevados", afirmou Philippe de Selliers, diretor executivo da Leonidas e presidente da Choprabisco.
Mas muitos chocolateiros acreditam que o chocolate é sagrado para os belgas, que estão dispostos a pagar qualquer preço por ele: "Para mim, o chocolate continua a ser um prazer para os consumidores belgas, porque faz parte da sua cultura, faz parte do que eles gostam. Quando as coisas estão a correr mal, dizemos a nós próprios 'vou comprar uma barra de chocolate, uma caixinha de chocolate'", afirma Christophe Museur, responsável pela produção e criações de chocolate na Wittamer, em Bruxelas.
Nos Países Baixos, é dia de São "Va-leão-tim"
Nos Países Baixos, até os animais estão a festejar. O FELIDA Big Cat Sanctuary, em Nijeberkoop, celebra o Dia de S. Valentim apresentando dois leões ao seu cuidado, Manuschka e Diego, como um novo casal.
Para este evento especial do Dia de São "Va-leão-tim", a equipa do santuário decorou os recintos com enfeites de cartão em forma de coração, acrescentando um toque lúdico.
"É uma história encantadora que podemos celebrar em equipa no Dia dos Namorados, mas há um objetivo maior", explica Juno van Zon, chefe de gestão de animais e instalações do santuário. "O nosso objetivo é socializá-los, com esperança de integração futura."
Roma venera Vénus, a deusa do amor
Entretanto, a famosa Galleria Borghese de Roma está a oferecer uma experiência única que leva os visitantes a uma exploração cativante do amor nas suas várias formas, tudo através da lente da deusa Vénus.
O evento especial, "A Deusa do Amor: as mil faces de Vénus", convida os entusiastas da arte a mergulharem na evolução de Vénus, a deusa da beleza, da sensualidade e do desejo, tal como retratada ao longo da história.
A exposição apresenta obras icónicas, incluindo a célebre estátua de Pauline Borghese, de Antonio Canova, que representa a irmã de Napoleão Bonaparte como uma Vénus triunfante, bem como o "Gabinete de Vénus" - uma sala repleta de obras de arte centradas na deusa e em contos do seu mito.
"Por ocasião dos dias dedicados à festa de S. Valentim, a Galleria Borghese organizou estas visões sobre Vénus, a deusa do amor e da beleza, a partir das duas salas onde ela é a protagonista", explica Emanuela Mangia, guia turística da galeria: "Há a sala dedicada à Vénus Victrix (em latim, "Vénus vitoriosa") onde vemos a escultura de Antonio Canova de Pauline Bonaparte Borghese sob a forma não de uma Vénus qualquer, mas de uma Vénus vitoriosa".