Estão em greve desde
as 00h00 desta segunda-feira. Um protesto liderado pelo Sindicato
Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) para reivindicar o
reconhecimento da categoria profissional específica. Uma greve por tempo
indeterminado que pode provocar problemas no abastecimento de
combustível em várias zonas, tais como o aeroporto. O sindicato impugnou
os serviços mínimos definidos pelo Governo.
Os motoristas estão a realizar concentrações em Aveiras, no Barreiro, em
Sines e Matosinhos junto à Petrogal, disse à Lusa o presidente do
SNMMP, Francisco São Bento, e o vice-presidente e consultor jurídico,
Pedro Pardal Henriques.
A paralisação abrange "todos os trabalhadores do setor do transporte de
matérias perigosas" e vai prolongar-se "por tempo indeterminado até que
as entidades competentes decidam sentar-se à mesa para chegar a um
consenso", afirmou Francisco São Bento.De acordo com o sindicato, os motoristas reivindicam "o reconhecimento
da categoria profissional porque são considerados apenas trabalhadores
de pesados apesar de existirem diferenças (e de serem) obrigados a ter
formação especial", havendo ainda "riscos suplementares".
Exigem ainda que cessem os pagamentos de ajudas de custo "de forma
ilegal", que levam a que os trabalhadores sejam prejudicados, por
exemplo, em momentos de baixa.
De acordo com o vice-presidente e consultor jurídico do SNMMP, as
empresas "têm feito uma pressão tremenda sobre estas pessoas", inclusive
através de ameaças de despedimento por pertencer ao sindicato, criado
há 14 meses através da conversão da Associação Nacional de Motoristas de
Matérias Perigosas.
Serviços mínimos
De acordo com este sindicato, os serviços mínimos estabelecidos foram
"impugnados juridicamente". O despacho conjunto dos ministérios do
Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Ambiente e da Transição
Energética estabelecia o "abastecimento de combustíveis aos hospitais,
bases aéreas, bombeiros, portos e aeroportos, nas mesmas condições em
que o devem assegurar em dias em que não haja greve", bem como o
"abastecimento de combustíveis aos postos de abastecimento da grande
Lisboa e do grande Porto, tendo por referência 40% das operações
asseguradas em dias em que não haja greve".
"Fizemos uma impugnação do despacho conjunto dos ministérios e ainda
fizemos um processo para salvaguardar os direitos, liberdades e
garantias" dos trabalhadores, disse Pedro Pardal Henriques.
A intenção dos motoristas, nestes dias de protesto, é cumprir apenas a
proposta do SNMMP de abastecer os hospitais. Ou seja, há locais, como os
aeroportos, que podem por causa desta greve sofrer diretamente. Pode
faltar combustível para os aviões.
"A ideia dos serviços mínimos é salvaguardar o indispensável para o
dia-a-dia. Abastecer os aeroportos não é indispensável para o
dia-a-dia", disse Pedro Pardal Henriques.